Cryptica

Criptica

As pétalas daquela rosa finalmente caíram no chão,
Os gritos acabaram enquanto você chega à porta do céu.
As lágrimas nos meus olhos desejam a você o doce fim,
Que este seja o momento em que nossos corações se curam.

Agora estamos livres dessas correntes sufocantes,
E as memórias preciosas são tudo que ainda resta,
Embora amanhã esteja vazio sem você aqui,
As nuvens estão se abrindo e as coisas parecem mais claras.

Não vou mentir e dizer que esse pesadelo foi um conto de fadas,
Que nosso amor foi sufocado por um véu escurecido.
Uma delicada teia de pretensão, afeições momentâneas,
Olhos escurecidos espiando uma frágil reflexão.

Quando você partiu, uma parte de mim morreu,
Depois de tudo, eu ainda era um pedaço de você,
Mas as estrelas estão negras neste céu raivoso,
E o vento sussurra nossa canção de ninar.

Que o ódio e a tortura desapareçam,
Desejo que os anjos mantenham sua dor afastada,
E agora, enquanto a dor e a violência cessam,
Encontraremos a paz acorrentada um do outro.

Enquanto continuo a me afastar da sua presença,
Na beira da negação, me mantenho firme sem um rosto.
Torcendo a apatia da minha solidão sonhadora,
Encontro repouso, escondendo-me nas areias do destino eterno.

Você fala mentiras, a audácia morre, testemunho eufórico,
Gritos possuídos. Mensagens entrelaçadas, um borrão de obituário,
Uma recordação de massacre embutida.
Conexão maliciosa com espíritos semelhantes,
As pedras sacrificiais: um símbolo na minha cabeça.

Atingido pelo êxtase da minha fé oculta.
Um disfarce carmesim tão oco que não consigo acreditar.
As lágrimas sangrentas drenam da minha mente,
Convulsões poéticas me acolhem no escuro,
Convulsões de medo, eu apodreço em desejo,
Você prova minha carne tão pura e impura.