Euronymous

Crítica à autenticidade e angústia em "Euronymous" de GHOSTEMANE

Em "Euronymous", GHOSTEMANE faz referência direta a Øystein "Euronymous" Aarseth e à cena do black metal norueguês para criticar a apropriação superficial de símbolos e atitudes extremas. Ao dizer “Take that band tee off you don't listen to that shit” (Tire essa camiseta de banda, você nem ouve essa porcaria), ele denuncia quem adota uma estética rebelde sem compreender o peso histórico e existencial desses elementos. Essa crítica se conecta à busca do próprio artista por autenticidade e à sua frustração com a cultura moderna, que muitas vezes valoriza apenas a aparência.

A menção a "Yung Varg" reforça o vínculo com figuras polêmicas do black metal, como Varg Vikernes, e sugere uma identificação com o lado mais sombrio e autodestrutivo desse universo. A letra expõe um ciclo de autossabotagem e fuga, especialmente nos versos “Friday I'mma trip all day / Saturday I'mma drink codeine / Sunday I'mma post up at the church / Burn it down Yung Varg, I'm cursed” (Sexta vou viajar o dia todo / Sábado vou beber codeína / Domingo vou ficar na igreja / Queimar tudo, Yung Varg, estou amaldiçoado). Aqui, GHOSTEMANE mistura referências à autodestruição, transgressão religiosa e niilismo, refletindo sua luta interna contra a depressão e o vazio. O verso “I forgot how to smile, can somebody show me? Then again I never knew I just put on a show” (Esqueci como sorrir, alguém pode me mostrar? Mas, na verdade, nunca soube, só finjo) revela a dificuldade de conexão emocional do artista. Assim, a música retrata de forma direta a rebelião, o desencanto e a busca por sentido em meio ao caos interno e externo.