Venom

Marginalidade e poder pessoal em "Venom" de GHOSTEMANE

Em "Venom", GHOSTEMANE destaca sua recusa em se encaixar nas expectativas sociais e celebra sua própria marginalidade. O artista transforma experiências de autodestruição e alienação em fonte de força, como mostra no verso: “tatted my face, quit my job, went broke / But I been loving every day a little more” (tatuei meu rosto, larguei meu emprego, fiquei sem dinheiro / Mas tenho gostado cada dia um pouco mais). Aqui, ele assume as consequências de suas escolhas radicais, rejeita o julgamento dos outros e encontra satisfação em seguir um caminho próprio, mesmo que seja sombrio e solitário. O refrão, ao desprezar “punk motherfuckers” que falam demais e não comparecem aos seus shows, reforça a ideia de autenticidade e separação entre quem realmente faz parte de sua trajetória e quem apenas observa de fora.

A letra também traz imagens violentas e provocativas, como “licking venom off my gums” (lambendo veneno das minhas gengivas), além de referências ao ocultismo e à autossabotagem, temas frequentes na obra de GHOSTEMANE. O "venom" (veneno) funciona como metáfora para aceitar tudo o que é tóxico ou marginalizado em si mesmo, transformando fraqueza em força. O verso “made in the image of what they call Satan” (feito à imagem do que eles chamam de Satã) explicita a identificação com o lado sombrio, rejeitando padrões morais impostos e abraçando uma identidade que desafia normas. O contexto da internet mostra que essa postura rebelde e autossuficiente é uma resposta direta à alienação e ao julgamento, enquanto a sonoridade agressiva da faixa intensifica o sentimento de desafio e empoderamento diante da exclusão social.