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Letra

    Eu ando sumido tipo 3 por 10
    Tô de quarta na descida
    E ninguém pega nóis
    Sai da frente que a Lua
    E o Sol são meus faróis
    Se a vida imita arte
    Somos os pincéis

    Aproveitando o mic
    Que hoje nos deu voz
    Água e brahma
    Dividindo o pão com meus fiéis
    Resumindo minha vida
    Tá nos meus cordéis
    A palavra tá na rua
    Eis os meus varais

    Ando mais preocupado com a minha vida
    Que a vizinha aqui do lado
    Tem responsa nas ideias
    Mais que eu tinha no passado
    Tá acesso
    E ainda é do prensado
    Mas compensando os meus erros
    É que eu sou recompensado

    É que eu ainda tô nessa de mudar o mundo
    Fala quem tem moral
    E ouve quem não é surdo
    Que absurdo
    Eu digo que não é talento
    Anos de aprendizado
    Trabalhando só no mudo

    Esse moleque mesmo quem diria
    Que sorri do mesmo jeito que a mãe sorria
    Desde pequeno no sarau
    Mandava um som com poesia
    E hoje me reconheceu
    Quem antes me desconhecia

    Hoje eu estou perto de quem eu sou
    Esperando a hora chegar
    Não subestime a fé
    Forte e provocante
    Igual cigarro com café
    Alimente a mente pra continuar de pé
    Hoje sei de mim
    Mas sei que eu sempre fui mais
    Que eu sempre fui mais

    Eu ando sumido tipo 3 por 10
    Nessa escada que é a vida
    Conto outro degrau
    Arriscando a cara a tapa
    Como quem chama no grau
    Até minha cara tá na capa do jornal
    Na sessão atemporal

    Isso é muito sobre autoestima
    Combina
    Com quem você vê na frente do espelho
    Rotina
    Desde que esteja fazendo sua parte
    É a sina
    E a única droga que eu quero
    É um baque de serotonina

    É um apartheid em cada esquina
    Tá ligado
    O ódio é um refúgio
    Pra quem tá desesperado
    Humilde vira rei
    Quando outro rei é derrotado
    Se o rei é um dos nossos
    O placar já foi virado

    Mentira se eu disser
    Que não sei o que eu tô fazendo aqui
    Mais um gole
    É que a lei foi sempre nunca desistir
    Mais uma vez os meus conflitos
    Me afirmaram a minha essência
    E pros amigo e concorrência
    Eu me tornei referência

    Na mão do Lula
    Eu conto quem eu chamo de parceiro
    Nunca deixe sentimentos
    Na mão de terceiros
    Eu escrevendo o Boêmio
    Cheio de lágrimas nos olhos
    E vocês me perguntando
    Se eu já ganhava dinheiro

    De saco cheio
    De bolso cheio
    Cheio de conta
    História pra contrar
    Meu black afronta
    Brilha igual Sol
    Mas tô na sombra
    Risco na 'celha
    Aqui nem tem mar
    E é nóis que tira onde

    Hoje eu estou perto de quem eu sou
    Esperando a hora chegar
    Não subestime a fé
    Forte e provocante
    Igual cigarro com café
    Alimente a mente pra continuar de pé
    Hoje sei de mim
    Mas sei que eu sempre fui mais
    Que eu sempre fui mais


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