A Preta Vive (Em Memória de Mariele Franco)

Ela lutou até o fim
E no começo foi ruim
Não queria que fosse
Assim, fazer o que enfim

Uma cidade apodrecida
Pela corrupção da polícia
E a opressão de homicidas
Os mesmos que fazem pericia

Denunciou atos covardes
São normais nessa cidade
Foi covardemente atacada
Sem nenhuma necessidade

Ela perdeu a vida
E eles a liberdade
Ela ganhou uma vida nova
E para eles agora é tarde

A morte não existe
É só uma transição
Uma outra dimensão
É tipo a imensidão

Seu motorista coitado
Que não tinha nada ver
Muitas lágrimas rolaram
Com a notícia na TV

Ela foi a resistência
Por onde ela esteve
Quero ver geral cantando
Que a preta vive

Independente de partido
Muitos ficaram tristes
Muita calma pessoal
Sua alma ainda existe

A impunidade no Brasil
Esta prestes a acabar
Abra os olhos para enxergar
Que isso tudo vai mudar

Só queria um futuro melhor
Para o negro e favelado
Quem não mora na favela
Não conhece bem os fatos

Que ocorrem nos bastidores
Senadores são infratores
Vendedores marionetes
E políticos são lobos

Não por que são unidos
Nesse assunto são tolos
Quem colocou cada tijolo
Para construir seu nome?

Não precisou de codinome
Mais forte que muito homem
Mas aí avisa a sua família
Que a preta está bem

E como se fosse Cristo
Ela morreu para te salvar
E agora o que que vem?
Ela libertou todos reféns

Ela foi a resistência
Por onde ela esteve
Quero ver geral cantando
Que a preta vive