Brouncha (part. Ninho et Alonzo)

Desconfiança e superação em "Brouncha (part. Ninho et Alonzo)"

Em "Brouncha (part. Ninho et Alonzo)", Graya, junto de Ninho e Alonzo, constrói uma atmosfera marcada pela desconfiança e pela necessidade constante de vigilância. O termo "brouncha", repetido como um mantra ao longo da música, simboliza esse estado de alerta diante de ameaças e traições. A frase “J'étais masqué bien avant le covid” (“Eu já usava máscara muito antes da covid”) destaca que a autoproteção e o cuidado com a própria identidade são hábitos antigos, reforçando a ideia de que a vida dos artistas sempre exigiu estratégias para lidar com perigos e manter a segurança.

A letra faz um contraste entre o luxo conquistado, com menções a marcas como "Louis Vuitton" e ao status de "millionnaire", e as origens humildes, evidenciadas em versos como “je quitterai jamais le béton” (“nunca vou deixar o concreto”) e “pas loin du ghetto” (“não muito longe do gueto”). Isso mostra que, apesar do sucesso, a sensação de ameaça e solidão permanece. O refrão “Brouncha, brouncha, brouncha” reforça a prontidão dos artistas para enfrentar rivais, falsos amigos e os desafios do ambiente de onde vieram.

A insônia e a dificuldade de relaxar à noite, expressas em “La nuit j'ai du mal à dormir” (“À noite, tenho dificuldade para dormir”), revelam o impacto psicológico dessa vida de tensão. A desconfiança constante, como em “Combien de traite dans la journ me check” (“Quantos traidores me observam durante o dia”), mostra que, mesmo com conquistas, a luta por autenticidade e segurança é permanente. A música retrata, de forma direta, a realidade de quem veio de baixo e precisa estar sempre atento para não ser derrubado pelas adversidades.