Samba-Enredo 2026 - Lonã Ifá Lukumi

Tradição Lukumi e ancestralidade em “Samba-Enredo 2026 - IFÁ LONAN LUKUMI”

"Samba-Enredo 2026 - IFÁ LONAN LUKUMI", do G.R.E.S Paraíso do Tuiuti, destaca-se por unir a tradição Lukumi, de origem afro-cubana, com referências profundas ao universo dos orixás e à ancestralidade negra. Termos como “Orunmilá”, “Olodumarê” e “Eleguá” aparecem na letra com significado espiritual: Orunmilá é o orixá da sabedoria e da adivinhação, Olodumarê é o criador supremo, e Eleguá é o guardião dos caminhos. A menção ao “odu” (destino) e aos “ikins” (sementes sagradas usadas na consulta ao Ifá) demonstra conhecimento e respeito pelos rituais de adivinhação e pela busca de orientação espiritual.

A música celebra a resistência e a superação, especialmente ao citar “Rompendo os grilhões de morte e medo / Foi o primeiro babalaô da ilha”, evocando a luta dos negros escravizados que mantiveram vivas suas tradições religiosas. Referências como “nas barbas de Havana” e “a rama do Caribe se expandiu / No verde e amarelo do Brasil” reforçam o intercâmbio cultural entre Cuba e Brasil, mostrando como a tradição Lukumi encontrou espaço no contexto brasileiro. O refrão “Babá Moforibalé” e expressões como “Ibarabô, agô Lonã / Olukumi / Iboru Iboya Ibosheshe” são saudações tradicionais que pedem licença e bênçãos para os rituais.

A atmosfera do samba é de celebração, respeito e afirmação da identidade afrodescendente. Ao pedir que “o mundo entenda / O ebó vence a dor / Sentado à esteira de um babalaô”, a letra sugere que o conhecimento e a prática das tradições afro-religiosas são caminhos para superar o sofrimento e encontrar equilíbrio, convidando o público a valorizar e respeitar essas culturas.