Cocaína (part. Luccas, Kroa, Chris, Giovanni, Zara G e Xamã)

Relações tóxicas e desejo em “Cocaína (part. Luccas, Kroa, Chris, Giovanni, Zara G e Xamã)”

A música “Cocaína (part. Luccas, Kroa, Chris, Giovanni, Zara G e Xamã)”, de Gson, utiliza a cocaína como metáfora para ilustrar a intensidade e o ciclo vicioso de relacionamentos tóxicos. O refrão, repetido por Gson — “Eu te procuro like (cocaína)” — compara a busca pela pessoa amada à compulsão de um vício, mostrando como o desejo pode ser tão prejudicial quanto irresistível. O verso “Eu faço do veneno a minha cura até que eu fique good” reforça esse paradoxo, em que o que machuca também serve como alívio temporário para a dor ou o vazio emocional.

Cada artista participante traz uma visão própria sobre esse vício emocional. Luccas Carlos mistura desejo físico e admiração, enquanto Kroa fala sobre o risco e a dificuldade de resistir a um “fetiche” que, mesmo sendo prejudicial, é impossível de negar. Chris MC aborda a luta interna para se afastar, mudando o nome da pessoa no telefone para evitar recaídas, mas reconhecendo a força do hábito. Giovanni e Zara G ampliam o tema ao mostrar como a relação tóxica se torna parte da identidade e da arte, mesmo sendo um “pesadelo” que atrapalha sonhos. Xamã reforça o clima de excessos e fuga da realidade, com referências à noite, festas e à linha tênue entre prazer e autodestruição. A colaboração entre artistas brasileiros e portugueses aparece em versos como “Zucas e tugas ‘tão misturados tipo coca”, simbolizando a mistura de culturas e sentimentos contraditórios. No fim, “Cocaína” retrata de forma direta o desejo viciante, o prazer que machuca e a dificuldade de romper com aquilo que, mesmo tóxico, parece indispensável.