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Noite Negra (part. Jairo Lambari Fernandes)

Gujo Teixeira

Letra

    A morte de um cavalo
    Nos toca fundo na alma
    Bem onde o campo
    Faz fronteira ao coração
    Que até o silêncio
    Tão comum das recolhidas
    Fica maior do que
    A grandeza de um galpão

    A alma pampa que há
    Na encilha de um pingo
    Aperta a cincha numa
    Espera mais ingrata
    Que hoje só bate um
    Coração junto aos arreios
    Que é o da peiteira
    Num florão feito de prata

    Há um lamento quando
    Um cavalo envelhece
    Que o adeus enfrena
    Um sentimento de apego
    E este escuro mar
    De ar que há na morte
    Alumbra a terra
    De respeito e de sossego

    Olhando o zaino ainda
    Pastando pela várzea
    Sei que a razão fez
    Seu destino ser incerto
    Na estranha sina de
    Entender a dor do campo
    E ter saudade mesmo
    Estando assim tão perto

    Talvez as bruxas ainda
    Enredem cola e crina
    E nem dê tempo de
    Invernar outra investida
    Quem foi do campo
    De pechar boi pela rédea
    Vai só pastar bem mais
    Tranquilo um fim de vida

    Por luas novas não
    Vai mais parar na porta
    Nem vai cinchar botando
    A força em compromisso
    Porque o tempo que
    É senhor das invernadas
    Defende a vida que
    Vai perdendo o viço

    Antes do inverno se
    Apartou de outros mansos
    Pra um campo largo
    Onde o pasto tem sereno
    Pra esperar a noite
    Negra lhe encilhar
    E assim rumar pra o céu
    Real dos pingos buenos


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