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Consome a alma
Dos que por ti oram
Com tua bela gravata
E teus belos sapatos

E quando de ti
Nada aguardarem
Arranque-lhes as vísceras

E quando tua seiva for escura
Afasta os fracos e mal-criados
Mate os porcos
Que ao teu lado grunhem

E em um espeto
Jogue-os ao fogo

E quando todos estiverem longe
Teu sangue endurece
Tua carne congela
Afundas em teu fim

E em pedaços
Busca teu elemento
Em meio ao retrato
Do teu desalento

Enquanto andas
Pelos caminhos
Os quais mais temias

E quando quem tu eras não esperares
Nada de quem tu és
Longe de quem tu serás

Vá embora e suma
Do teu vão espaço
Do que tomas como teu ensejo

E procura a ti mesmo
Vaga pela tua alma
Que perdeste em meio ao terreno

E o maior esforço é o maior prejuízo
E o último esforço
É toda desgraça

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