Billy Bruto (The Boys) - Aposta Brutal

Confronto e ironia em "Billy Bruto (The Boys) - Aposta Brutal"

"Billy Bruto (The Boys) - Aposta Brutal", de Henrique Mendonça, aborda de forma direta e irônica a inversão de valores entre heróis e vilões no universo da série "The Boys". A música destaca como, nesse contexto, os verdadeiros monstros podem ser justamente aqueles que deveriam proteger a sociedade. O refrão "Um homem apostou com Deus que faria ele sangrar! E ganhou a aposta!" faz referência à obstinação de Billy Bruto em desafiar figuras consideradas intocáveis, como os super-heróis, e traz uma provocação ao imaginar um humano confrontando o divino, mas com sarcasmo e revolta.

A letra expõe a fabricação e manipulação dos Supers por corporações como a Vought, como nos versos: "Escolhidos por Deus? É o cacete, todos são fabricados / Super-bebês, super-terroristas / Pra no exército a Vought entrar". Isso desmonta a imagem de heroísmo e revela a hipocrisia do sistema. A dor pessoal de Bruto, especialmente a perda de Becca e o trauma causado pelo Capitão Pátria, aparece de forma direta: "A Becca tá viva, ela tem um filho / Capitão Pátria é a o porra do pai / Tá tudo virado, ponta cabeça". O tom irônico e violento cresce com críticas ao espetáculo midiático dos Supers e à necessidade de "nivelar o game" usando o Composto V e alianças improváveis. A música também conecta a luta de Bruto à crítica social, como em "Porque a gente chuta a bunda de nazista! / Chuta a bunda de racista!".

No final, a canção revela o dilema moral e a autodestruição do protagonista: "Aceitar meu lado bruto / Matar o Pátria e morrer / Um dia / Vocês ainda vão me agradecer". O termo "bruto" funciona como nome e estado de espírito, mostrando que, para enfrentar monstros, é preciso se tornar um pouco monstro também. Assim, a música sintetiza a essência de Billy Bruto: um homem comum, movido por dor e vingança, disposto a tudo para derrubar deuses corruptos, mesmo que isso custe sua própria humanidade.