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Entre Tropas e Destinos

Hermes Duran

Letra

    Cevo meu mate numa ânsia estradeira
    Enquanto o pingo, quebra o milho no galpão
    O Sol se esconde por tardar-se no horizonte
    Levo a reponte, esse gado, pro patrão

    Vejo léguas no tranquear do meu rosilho
    E o dia chega, pra buscar o corredor
    Que no mais, se achega contra a vontade
    Apertando a saudade de rever, o meu amor

    São quinze dias pra chegar ao meu destino
    E o pampa chora pra apagar o que eu escrevo
    Com as patas desta tropa que não sabe
    Que o céu todo desaba pra lavar este acervo

    O gado pisa, farejando o paradouro
    E eu revezo, ronda e pingo lá no posto
    Pra dar descanso, a tropa e a peonada
    Que vem cansada na invernia desde agosto

    Só mais um dia e dou por fim a esta lida
    E de regresso busco o pago com prazer
    Passo uns dias, junto a minha prenda
    E busco a minha renda com a tropa, outra vez

    São quinze dias pra chegar ao meu destino
    E o pampa chora pra apagar o que eu escrevo
    Com as patas desta tropa que não sabe
    Que o céu todo desaba pra lavar este acervo


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