Quarta Paret
La música pàl·lida comença ací
Les ombres, a poc a poc, naixen
Amb gestos esmolats que amaguen els secrets
Ací a l’abast dels teus ulls iodats
Potser enrogirem de ràbia, I potser després
Amb eròtica satisfacció, et besarem les palmes
Heus ací la mentida suau, l’espai en blanc
Un respir, I cau la paret
Immanència de tu
Immanència del teu alé
Ací arrape la vida que fora no tindré
Ací tinc la veu que mai no trobaré
Ací trobe el gest que jo mai he fet
Ací ho tinc tot, potser no tinc res
El temps rellisca cap a la fosca esta nit
L’ombra travessa la finestra I es desfà
Assegut a terra, mire cap a la foscor, ensordit pel silenci
Entre bastidors apareix la llum
I la pols suspesa que separa el vostre món del meu
Heus ací, com un joguet, la nostra vida
Deixada caure, és ací, sense oferir soroll
Com un joguet quan cau la paret
Immanència de tu
Immanència del teu alé
Ací arrape la vida que fora no tindré
Ací tinc la veu que mai no trobaré
Ací trobe el gest que jo mai he fet
Ací ho tinc tot, potser no tinc res
La paret ha caigut
I tot es precipita cap a l’escenari
S’ompli de vida que gravita, la bellesa avança cega pels mapes
Veniu, moradors de les vides humils!
La història natural se’m clava a les butxaques
L’amor cadent regalima gotetes d’aigua als meus dits
La civilització humana darrere d’un gest que desapareix en l'aire
I jo sol, cau la paret
La paret ha caigut
S’ha desfet com la neu
I ara tinc el rictus que sempre m’heu vist fer
Ara tinc la mort ballant a vora meu
Ara em trobe sol, ara em trobe vell
Ara no tinc por, ara vull el temps
Queia I jeia, ella queia I jeia
Quarto Muro
A música calma começa aqui
As sombras, pouco a pouco, nascem
Com gestos afiados que escondem os segredos
Aqui na ponta dos seus dedos
Podemos estar sobrecarregados de raiva, e talvez mais tarde
Com satisfação erótica, vamos te beijar palmas
Aqui está a mentira suave, o espaço em branco
Um refúgio, e a parede cai
Immanência de você
Imanência da sua respiração
Aqui vivo a vida que não terei
Aqui eu tenho a voz que nunca encontrarei
Aqui encontro o gesto que nunca fiz
Aqui eu tenho tudo, talvez eu não tenha nada
O tempo desliza para o escuro esta noite
A sombra atravessa a janela e ela desfaz.
Sentado no chão, olhe para a escuridão, ensurdecendo o silêncio
Atrás das cenas, aparece luz
E o pó suspenso que separa o seu mundo de mim
Aqui, como um brinquedo, nossa vida
Deixe cair, está aqui, sem dar nenhum barulho
Como um brinquedo quando a parede cai
Immanência de você
Imanência da sua respiração
Aqui vivo a vida que não terei
Aqui eu tenho a voz que nunca encontrarei
Aqui encontro o gesto que nunca fiz
Aqui eu tenho tudo, talvez eu não tenha nada
A parede caiu
E tudo corre para o palco
Está cheio de vida que gravita, a beleza avança pelos mapas
Venha, moradores de vidas humildes!
A história natural se agarra aos meus bolsos
O amor encantador engole gotas de água aos meus dedos
A civilização humana por trás de um gesto que desaparece no ar
E eu sozinho, a parede cai
A parede caiu
Derreteu-se como neve
E agora eu tenho o rictus que você sempre me viu fazendo
Agora eu tenho a morte dançando do meu lado
Agora eu encontro o sol, agora acho velho
Agora não tenho medo, agora quero tempo
Queia eu deito, ela caiu Eu deitei