Ya nada es igual

Todo lo que fui, se me quedo en el alma
No supe qué decir, pesaba la calma
Ya fui y volví, y ahora espero quedarme
A vivir una vida tranquila, puedo

Te lo dije mama, que nací pa' ser grande
Y de chico, leyendo Zipi y Zape en la cama
Pensando en tocar donde nadie
El cielo miraba

Pagando facturas, sintiendo fracturas
Volviendo del cole y la calle dura
Mi nuca sangraba, sutura, mis manos temblando
De miedo desnudas

Papá, dejando la piel y cordura
Ahorrando, sacando la ruina, basura
Aceras estrechas, navajas cortando embutido
Hace Sol y amargura

He vuelto al barrio y no reconozco la acera
Espera, no hay club solo mangas de pastelera
No hay taller de dibujo, se ve una peluquera
El disolvente machaba aunque no quisiera

He vuelto a casa y no hay gitanos en la acera
Pidiéndome prestado desde carretera
Ya nadie hace pintadas que valgan la pena
Leer desde el puente caracol la A8 llena

Ha pasado largo tiempo he recordado quien soy
Tenía que volver hasta aquí, para ver el Sol
Todo cambia tanto que a veces, no sé dónde estoy
Pero al menos, no me olvido ay, sigo recto

Hacia donde voy voy voy voy voy
Hacia donde voy

No hay sangre en el suelo
Ni abanicos en bolsillos llenos de maldad
Ni pastillas de diseño, se acabó aquel carnaval
Ya nadie lleva disfraz para este lobo sin bozal

Ya nada es igual, no hay sangre en el suelo
Ya nada es igual, no hay sangre en el suelo
Ya nada es

Doblando la esquina había tienda de 100
Ferretería Moreno, calzado corredor
Sonitel ya no está en la plaza mayor
Atrás el ABS vendiendo la guía de Nintendo acción
Villegas sigue conservando al pasar ese olor

En el Kultur etxe esperando y viendo ensayar a mi bro
Con un walkman rallado, pensando en si mañana es mejor
La tienda del caballito traería nuevos yo-yos
Para mirar si me alcanzaba, aunque todo fuera un no

Que no, que no, que no tenemos
Que no, que no, que no nos llega
Que no, cariño, que no
Que no, que no, vale la pena

Pasando el puente con techo porque antes no tenía
Como pesaba la mochila mientras me mojaba
No quería ir al colegio porque me moría
Solo había recuerdos que me apuñalaban

Ha pasado largo tiempo he recordado quien soy
Tenía que volver hasta aquí, para ver el Sol
Todo cambia tanto que a veces, no sé donde estoy
Pero al menos, no me olvido ay, sigo recto

Hacia donde voy voy voy voy voy
Hacia donde voy

Lo mató allí en el suelo luego comenzó a escapar
Mamá me quiso apartar al llegar para que no pudiera ver
Y lo había visto ya, lo taparon todo como en un funeral

Ya nada es igual, no hay sangre en el suelo
Ya nada es igual, no hay sangre en el suelo
Ya nada es

Nada é o Mesmo

Tudo o que fui, ficou na minha alma
Não soube o que dizer, pesava a calma
Já fui e voltei, e agora espero ficar
Para viver uma vida tranquila, posso

Eu te disse, mãe, que nasci para ser grande
E quando criança, lendo Zipi e Zape na cama
Pensando em tocar onde ninguém
Olhava para o céu

Pagando contas, sentindo fraturas
Voltando da escola e a rua dura
Minha nuca sangrava, sutura, minhas mãos tremendo
Despidas de medo

Papai, deixando a pele e a sanidade
Economizando, tirando a ruína, o lixo
Calçadas estreitas, facas cortando embutidos
Há sol e amargura

Voltei ao bairro e não reconheço a calçada
Espera, não há clube, apenas mangas de confeiteiro
Não há oficina de desenho, só se vê uma cabeleireira
O solvente manchava mesmo sem querer

Voltei para casa e não há ciganos na calçada
Pedindo emprestado desde a estrada
Ninguém mais faz grafites que valham a pena
Ler do viaduto caracol a A8 cheia

Passou muito tempo, lembrei quem sou
Tive que voltar até aqui, para ver o sol
Tudo muda tanto que às vezes, não sei onde estou
Mas pelo menos, não me esqueço, continuo em frente

Para onde vou vou vou vou vou
Para onde vou

Não há sangue no chão
Nem leques em bolsos cheios de maldade
Nem pílulas de design, acabou aquele carnaval
Ninguém mais usa disfarce para este lobo sem focinheira

Nada é igual, não há sangue no chão
Nada é igual, não há sangue no chão
Nada é

Dobrando a esquina havia a loja de 100
Ferretería Moreno, calçados corredor
Sonitel não está mais na praça principal
Atrás do ABS vendendo o guia da Nintendo ação
Villegas ainda conserva ao passar aquele cheiro

No Kultur etxe esperando e vendo meu irmão ensaiar
Com um walkman arranhado, pensando se amanhã será melhor
A loja do cavalinho traria novos ioiôs
Para ver se eu conseguia, mesmo que tudo fosse um não

Que não, que não, que não temos
Que não, que não, que não chega para nós
Que não, querido, que não
Que não, que não, vale a pena

Passando a ponte com teto porque antes não tinha
Como a mochila pesava enquanto eu me molhava
Não queria ir à escola porque me sentia morrer
Só havia lembranças que me apunhalavam

Passou muito tempo, lembrei quem sou
Tive que voltar até aqui, para ver o sol
Tudo muda tanto que às vezes, não sei onde estou
Mas pelo menos, não me esqueço, continuo em frente

Para onde vou vou vou vou vou
Para onde vou

Ele o matou ali no chão e começou a fugir
Mamãe tentou me afastar ao chegar para que eu não visse
E eu já tinha visto, cobriram tudo como num funeral

Nada é igual, não há sangue no chão
Nada é igual, não há sangue no chão
Nada é

Composição: Iker plan