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Letra

    O barulho do ônibus ali na frente
    A brisa leve do interior do Paraná
    Entrando pela janela, jogando para longe a fumaça tão amada do cigarro
    Os bem-te-vis competindo sempre enquanto toca bach na minha vitrola
    E eu ali
    Criando minhas desculpas com a melhor ração do mercado
    O azul do céu aqui é tão lindo
    O verde das araucárias
    Um pássaro lá do alto
    Acima disso tudo
    Conectado

    Levanto do sofá
    O vento jogou longe uma das minhas telas
    Me asseguro que isso não aconteça mais
    Hoje o dia está realmente lindo
    Não pelo Sol que deixei entrar à casa toda abrindo todas as janelas
    Porque lindo também são os dias escuros, e podes apostar
    Curitiba esbanja isso (amo)

    Lindo por todas as possibilidades
    Tenho escrito essas coisas nos últimos dias, às vezes são gostas. Outras
    Marés intermináveis

    Saber o que se quer realmente serve de alguma coisa? Por que devo saber onde chegar se eu só que ir?

    Levanto novamente, faço isso inconscientemente quase o tempo todo - caminho pela casa sem saber onde ir
    Paro em qualquer lugar
    Sem julgamento algum pelo local

    Procuro minha vergonha na cara como se estivesse procurando minha carteira vazia
    Achei meu cigarro
    E de brinde uma sobra de vinho na geladeira
    Aberto e decompondo
    Me devolvendo para mim
    Sujo minha barba tomando o último gole
    Limpo com a minha canusa que faz três dias que eu não tiro
    Últimos goles requerem últimas chances/o fim

    Existe uma guerra sendo travada
    Longe dos meus olhos
    Ela se esconde atrás da relva verde
    No canteiro do vizinho

    Eu quero morrer
    Mas não tenho coragem
    Eu quero viver
    Mas não tenho dinheiro

    Graças! Aqui eu nem preciso
    Mas ainda quero, mesmo não sabendo
    O que querer

    O barulho do ônibus ali na frente
    A brisa leve do interior
    Entrando pela janela, jogando para longe a fumaça tão amada do cigarro
    Os bem-te-vis competindo sempre
    E eu ali
    Criando minhas desculpas com a melhor ração do mercado
    O azul do céu aqui é tão lindo
    O verde das araucárias
    Um pássaro lá do alto
    Acima disso tudo
    Conectado

    Levanto do sofá
    O vento jogou longe uma das minhas telas
    Me asseguro que isso não aconteça mais
    Hoje o dia está realmente lindo
    Não pelo Sol que deixei entrar à casa toda abrindo todas as janelas
    Porque lindo também são os dias escuros

    Lindo por todas as possibilidades
    Tenho escrito essas coisas nos últimos dias, às vezes são gostas. Outras
    Marés intermináveis

    Saber o que se quer realmente serve de alguma coisa? Por que devo saber onde chegar se eu só que ir?

    Levanto novamente, faço isso inconscientemente quase o tempo todo - caminho pela casa sem saber onde ir
    Paro em qualquer lugar
    Sem julgamento algum pelo local

    Procuro minha vergonha na cara como se estivesse procurando minha carteira vazia
    Achei meu cigarro
    E de brinde uma sobra de vinho na geladeira
    Sujo meu rosto tomando o último gole
    Limpo com a minha camisa que faz três dias que eu não tiro

    Existe uma guerra sendo travada
    Longe dos meus olhos
    Ela se esconde atrás da relva verde
    No canteiro do vizinho

    Eu quero morrer
    Mas eu não tenho coragem
    Eu quero viver
    Mas eu não tenho dinheiro


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