Speedrun de Ban (part. Fissão Nuclear)

Humor ácido e crítica social em “Speedrun de Ban (part. Fissão Nuclear)”

A música “Speedrun de Ban (part. Fissão Nuclear)”, de Isolas com participação de Fissão Nuclear, faz uma sátira direta à cultura dos banimentos em comunidades online, especialmente no Discord. O termo “speedrun”, popular nos games para designar quem tenta completar desafios no menor tempo possível, é usado aqui como metáfora para ultrapassar rapidamente limites sociais e morais, como fica claro em versos como “eu tô fazendo speedrun em tomar ban em server de discord”. A letra aposta em humor ácido e escrachado, ironizando comportamentos extremos que levam à exclusão virtual e mostrando como, muitas vezes, a busca por atenção se traduz em atitudes provocativas e absurdas.

A canção mistura referências explícitas à sexualidade, autodepreciação e situações grotescas, como em “pica na boca, na orelha, minha porra gruda igual teia” e “gozando em pulso cortado, eu injetei porra na veia”. Essas imagens exageradas reforçam o tom irreverente do shittrap, subgênero conhecido por desafiar tabus. O deboche aparece também em frases como “tô fazendo celibato desde o dia em que eu nasci” e “quero lobotomia, pau em cima da pia”, que tratam temas sérios com sarcasmo e absurdo. O nome do artista convidado, Fissão Nuclear, é usado em trocadilhos como “fissão” e “barra nuclear”, sugerindo explosões de caos e destruição, alinhadas ao clima anárquico da faixa. No fim, a música faz uma crítica bem-humorada à toxicidade e à busca por notoriedade nas redes, escancarando o ridículo de quem faz de tudo para ser notado, nem que seja para ser banido o mais rápido possível.