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Letra

    Ao lado do fogão de lenha, cá estou de olhos marejados
    Que passeiam pelos apetrechos que ainda mantenho guardados
    Isso pode parecer estranho, que é coisa de ultrapassado
    Mas eu digo que isso que tenho traz lembranças que ainda desenho
    Quando quero voltar ao passado

    E por mais que ainda contenha, uma lágrima é derramada
    Mas eu culpo agora a fumaça, ao sentir minha face molhada
    Não desejo a dor que mantenho alcançar a quem vive ao meu lado
    Se comigo a presença da idade tão somente amplia a saudade
    Preferível que eu sofra calado

    O machado que cortava a lenha com meus braços agora cansados
    Uma foice que inúmeras vezes amolei pra fazer o roçado
    A enxada que era de estima até hoje tem o mesmo cabo
    Acredito que o aço mantenha e um bom corte ainda ela tenha
    Mesmo estando um pouco enferrujada

    Ao lado do fogão de lenha, vou secar meus olhos marejados
    Por saber que a vida é momento, e se a chama se apagar com o vento
    Vai restar entre as cinzas do tempo, algo que lembrará meu passado

    Composição: Ivan Souza & Júlio César. Essa informação está errada? Nos avise.

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