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Sombra e Luz

Ivano Fossati

Ombre e Luce

Lascia che il cinema faccia la sua parte
come il fischio del vapore incanta i cani
la macchina da presa è amore e commercio
ombre e luce.

Voltati per un sorriso qui nel buio
tienimi la mano
guarda come corrono quei due nell'ombra
e che bagliori fa la gelosia.

Non impariamo mai
non impariamo mai.

lascia che il cinema faccia la sua parte
che sono tutti sogni
solo sogni
ombre e luce.

Fossi io il bersaglio di quei colpi
sotto la pioggia lungo quella ferrovia
dimenticherei di avere mai segnato in un quaderno
le mie poche regole ordinate
d'averci mai creduto
d'averle perfino mai cantate.

Io prenderei solo te fra le braccia sullo schermo
tu solo fintamente offesa
a parole nude ti difenderei
come non so fare
come non ho fatto mai.

Voltati per un bacio anche distratto a bassa voce
sono tutti sogni
solo sogni
ombre e luce.

Ecco lui le sembra uno straniero al primo incontro
diventerà un santuario del suo amore
direi una preghiera per una donna così
sotto le piogge del suo finto inverno.

Ma lascio che il cinema faccia tutto il resto
non voglio mica confondermi ora
guarda, sembrava la marea
era un sorriso.

Toccami anche tu con un sorriso
che scivoli fuori nel nostro vero inverno
fino alla porta di casa
all'ufficio della posta
lo vedrò domani.

Perché ora se fossi sullo schermo
a rotolarmi dal pendìo del tempo
saprei di aver amato molto più di un sogno
parlando mille volte a bassa voce.

Dimenticherei di avere mai segnato in quel quaderno
le mie poche regole ordinate
d'averci mai creduto
d'averle perfino mai cantate.

Lascia che il cinema faccia la sua parte
che sono tutti sogni
solo sogni
ombre e luce.

Sombra e Luz

Deixa o cinema fazer a sua parte
como o apito do vapor encanta os cães
a câmera é amor e comércio
sombra e luz.

Vire-se para um sorriso aqui no escuro
segura minha mão
veja como aqueles dois correm na sombra
e que clarões faz a ciúme.

Nunca aprendemos
nunca aprendemos.

deixa o cinema fazer a sua parte
que são todos sonhos
só sonhos
sombra e luz.

Se eu fosse o alvo daqueles tiros
sob a chuva ao longo daquela ferrovia
desmemoraria que já anotei em um caderno
as minhas poucas regras organizadas
de ter acreditado nelas
de tê-las até cantado.

Eu só pegaria você nos braços na tela
você só fingindo estar ofendida
com palavras nuas eu te defenderia
como não sei fazer
como nunca fiz.

Vire-se para um beijo até distraído em voz baixa
são todos sonhos
só sonhos
sombra e luz.

Olha, ele parece um estranho no primeiro encontro
se tornará um santuário do seu amor
diria uma oração por uma mulher assim
sob as chuvas do seu falso inverno.

Mas deixo o cinema fazer todo o resto
não quero me confundir agora
veja, parecia a maré
era um sorriso.

Toque-me também com um sorriso
que escorregue para fora no nosso verdadeiro inverno
até a porta de casa
no escritório dos correios
eu verei amanhã.

Porque agora se eu estivesse na tela
rolando pela ladeira do tempo
saberia que amei muito mais que um sonho
falando mil vezes em voz baixa.

Desmemoraria que já anotei naquele caderno
as minhas poucas regras organizadas
de ter acreditado nelas
de tê-las até cantado.

Deixa o cinema fazer a sua parte
que são todos sonhos
só sonhos
sombra e luz.

Composição: Ivano Fossati