Solitude

Morava afastado, morava isolado

Minha casa era uma casa bem antiga

Eu ainda fazia café no bule e sentava na minha varanda
Apreciando o por do sol e uma bela vista
Via alguns dos meus poucos vizinhos passarem
Com o seu cachorro ou com os seus netos

Colocava um disco dos Beatles no meu gramofone antigo
Enquanto bebia um vinho e comia espaguete por influência da minha tia
Que é casada com um italiano
Gostava da minha companhia, não era uma agonia

Todas as sextas-feiras, as 05 da tarde
Ia visitar o túmulo de minha falecida esposa
A mais bela dentre as mulheres

Na minha juventude, procurava pela aprovação e o social
Quando a conheci ela me ensinou a procurar a paz e não a razão
A solitude e não a multidão

Quando voltava para casa, vi um banco e um belo por do sol
Sentei, refleti e me veio uma bela nostalgia da antiga Londres
Que ainda refletia o sonho londrino

Chegando em casa, fiz minha janta
E a comia enquanto passava Alfred Hitchcock Presents na TV
Ela era, ao mesmo tempo, tão sedutora e misteriosa como a Madeleine Elster

Depois fui dormir com o som da chuva que caia do lado de fora