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Melancolia

Jamila Mafra

Letra

    Eu vejo a melancolia
    Na maçaneta das portas,
    Na mesa das salas
    E de todas as escolas.

    Eu vejo a melancolia
    No teto de todas as casas,
    No nó das gravatas
    E até na barra das saias,
    Nas caixas de remédios
    E até no terraço dos prédios.

    Onde não se imagina
    Eu vejo a melancolia,
    Eu vejo a melancolia
    No vidro fosco dos carros,
    Nos cadarços dos sapatos
    E no olhar desconfiado.

    Eu vejo a melancolia
    No som do desespero,
    Dentro de todo gemido,
    Na saliva de cada beijo;

    Quando me olho no espelho,
    Na rótula do meu joelho,
    Nos sorrisos de alegria,
    Na luz do sol que brilha
    E nos curativos sujos de pus
    Feitos em mim
    Depois da cirurgia.

    É algo muito esquisito
    Não tem como explicar,
    Eu vejo a melancolia
    Nas agulhas que a enfermeira
    Crava na minha veia,
    Nas promessas não cumpridas,
    Quando estou no banheiro
    E embaixo do chuveiro.

    Pode até parecer absurdo
    Haverá quem me interne?
    Eu sinto a melancolia
    Até quando penso nos extraterrestres;

    Em todos os detalhes,
    Nas folhas que caem,
    Nos músculos que se contraem,
    No calafrio da barriga,
    Nas manchas de sangue do mês
    Talvez!

    É mesmo um absurdo,
    É tudo muito irônico,
    Eu vejo a melancolia
    Até nas ânsias de vômito.

    Na maçaneta das portas,
    Nas mesas das salas
    E das escolas,
    No chão dos corredores,
    No botão dos elevadores,
    No teto de todas as casas
    No nó das gravatas
    E até na barra das saias;
    Nas caixas de remédios
    E até no terraço dos prédios,
    Onde não se imagina
    Eu vejo a melancolia:
    No vidro fosco dos carros,
    Nos cadarços dos sapatos
    E no olhar desconfiado.
    Quando me olho no espelho,
    Na rótula do meu joelho,
    Nos sorrisos de alegria,
    Na luz do sol que brilha,
    Nos curativos sujos de pus
    Feitos em mim
    Depois da cirurgia,
    No banheiro,no chuveiro,
    Em todos os detalhes,
    Nos extraterrestres,
    Nas folhas que caem,
    Nos músculos que se contraem,
    No calafrio da barriga,
    Nas manchas de sangue
    Do mês talvez!

    É tudo muito irônico,
    Eu vejo a melancolia
    até nas minhas ânsias de vômitos.
    No nó das gravatas,
    Na barra das saias
    E no teto de todas as casas.

    Isso é algo tão absurdo
    Que nem Freud explicaria
    Esse meu excesso
    De melancolia.


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