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Os Cataventos do Tempo

Jari Terres

Letra

    Por estes campos de invernadas da estância
    Sofreno o zaino bem em frente a uma tapera
    Onde cravada junto a sombra da figueira
    Uma cruz grande vai somando primaveras

    Cruz de galhos tão antiga quanto o tempo
    Que fez macegas crescerem pelo potreiro
    Junto às raízes, mesma terra qual semente
    Descansa em paz, com certeza, algum campeiro

    E os meus olhos, que viveram mananciais
    Hoje pararam, contemplando o arvoredo
    E um ventito, voa as asas do meu pala
    Chega soprando da cacimba algum segredo

    Talvez um marco, delimitando divisas
    Numa fronteira entre a campanha e o céu
    Quantos andantes que cruzaram por aqui
    Em reverência ergueram a aba do chapéu

    E a cruz de galho, cata-ventos de um tempo
    Não gira tanto quanto o tempo que passou
    Pela campanha que se perde em invernadas
    Quantas mais cruzes o destino já cravou

    Quantas mais cruzes o destino já cravou
    Feito um angico, que nasce em fundo de campo
    Foram um cerne bueno e firme que tombaram
    Pois nem o cerne da madeira dura tanto


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