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Respeito

Jari Terres

Letra

    Apeio, peço licença
    E por milonga abro o peito
    Pra que conheçam cantando
    Porque me chamo respeito

    Vivo na trança do laço
    Pela consciência do couro
    E entre argola e presilha
    Sou o limite pra um tombo

    Quando no viço da cincha
    Firma do corpo, cavalo
    Ou junto a boca da armada
    Que vem sorrindo pra um pealo

    Vem abraçado no pulso
    Nos mandos da mão campeira
    Quando reparto meu mundo
    Entre o fiel e a soiteira

    Mais firme se algum matreiro
    Por suas razões se retrata
    O brando quando motivo
    Com vida batendo a marca

    Habito no olhar do antigo
    De quando estende sua mão
    Pra um novo com carinho
    Num beijo pede bênção
    Um manuscrito de vida
    Que o próprio tempo nos lavra
    Antes de um fio de bigode
    Sacramentar a palavra

    Durmo no instinto da faca
    Por onde o medo se aninha
    Se me despertam com gana
    Do couro cru da bainha

    E antes de uma aço de adaga
    Já redobrei meu valor
    Quando nas mãos da coragem
    Fiz casa de um sangrador

    E junto ao céu do palanque
    Frente a inocência de um potro
    Que teme os passos e a sombra
    De quem domou tantos outros

    Pela verdade no ofício
    De um campo revela inteiro
    Pois nunca valo de lei
    Sou eu bem junto ao campeiro

    Me despeço por milonga
    E alço a perna ao meu jeito
    que a todos mostrei, cantando
    Porque me chamo respeito

    Composição: Adriano Silva Alves / Jari Terres. Essa informação está errada? Nos avise.

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