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Inverno

Jason Webley

Winter

Hey kid, I've been watching you.
Sleeping in the lilies with that old dull-bladed knife.
Still in those bulletproof pajamas you've worn all your life.
But tonight you're in some murky bar,
The music's too loud, and you don't feel like dancing.
Not a familiar face in the room,
Just that little voice in the back of your head,
That's always been there, but tonight it says:
The days are getting shorter, the air is getting colder,
And as you sip your rum and coke, kid,
You're just getting older.
You realize you're sweating, and the air around you stinks,
You stumble to the bathroom,
Throw your head beneath the sink.
And as you raise your eyes, your lips release a little groan,
'Cause the face that's grinning back at you,
Just isn't quite your own.

So you go back to your lily petals,
Pull those old pajamas tight,
But you can't shake this feeling
That your life is just a game of chess
Where ancient gods and devils fight.
People stagger by you,
Thick blood running down their faces,
While little jet-black serpents
Try to mate with your shoelaces.
An old blind dog's been at your heels,
With the overpowering stench of decay.
And an old friend sends a package.
The skull inside it seems to say:
I'm the face in every mirror, the shadow at your feet,
The little light that glows behind
Each pair of eyes that you meet.
You can hide inside your castle,
Spend years thinking you're free,
But I'm like ancient Rome, baby, all roads lead to me.

Okay kid, let me tell you a little story. See, I don't get into town too often these days, but sometime soon old Jack Frost's gonna blow back into the heart of the big city.
And I'll scream until the buildings melt,
Then whisper 'til they freeze.
And I'll stand on an icy tower with every eye fixed on me.
And everyone will follow,
As I raise my left hand to the sky,
And together we'll peel back the fabric
Of this world and stare into the void that lies behind.

Inverno

Ei, garoto, eu tenho te observado.
Dormindo entre os lírios com aquele velho faca sem corte.
Ainda com aquele pijama à prova de balas que você usou a vida toda.
Mas hoje à noite você tá em um bar meio esquisito,
A música tá alta demais, e você não tá a fim de dançar.
Nenhum rosto familiar na sala,
Só aquela vozinha na sua cabeça,
Que sempre esteve lá, mas hoje à noite diz:
Os dias estão ficando mais curtos, o ar tá esfriando,
E enquanto você toma seu rum com coca, garoto,
Você só tá ficando mais velho.
Você percebe que tá suando, e o ar ao seu redor tá fedendo,
Você tropeça até o banheiro,
Joga a cabeça embaixo da pia.
E quando você levanta os olhos, seus lábios soltam um gemido,
Porque o rosto que tá sorrindo de volta pra você,
Simplesmente não é bem o seu.

Então você volta pras pétalas de lírio,
Aperta aquele pijama velho,
Mas não consegue se livrar dessa sensação
De que sua vida é só um jogo de xadrez
Onde deuses e demônios antigos lutam.
As pessoas passam por você,
Sangue grosso escorrendo pelos rostos,
Enquanto pequenas serpentes negras
Tentam se enroscar nos seus cadarços.
Um velho cachorro cego tá no seu pé,
Com o fedor insuportável da decomposição.
E um velho amigo manda um pacote.
O crânio dentro parece dizer:
Eu sou o rosto em cada espelho, a sombra aos seus pés,
A pequena luz que brilha atrás
De cada par de olhos que você encontra.
Você pode se esconder dentro do seu castelo,
Passar anos achando que tá livre,
Mas eu sou como a Roma antiga, baby, todas as estradas levam a mim.

Ok, garoto, deixa eu te contar uma historinha. Olha, eu não venho muito à cidade ultimamente, mas logo, logo o velho Jack Frost vai voltar pro coração da grande cidade.
E eu vou gritar até os prédios derreterem,
Depois sussurrar até eles congelarem.
E eu vou ficar em uma torre gelada com todos os olhos fixos em mim.
E todo mundo vai seguir,
Enquanto eu levanto minha mão esquerda pro céu,
E juntos vamos descascar o tecido
Deste mundo e encarar o vazio que tá por trás.

Composição: Jason Webley