Nômade VII (part. Don e Zarastruta)

Deslocamento e liberdade em “Nômade VII (part. Don e Zarastruta)”

Em “Nômade VII (part. Don e Zarastruta)”, Jean Tassy explora a ideia de constante movimento e sensação de não pertencimento. Isso fica claro em versos como “Tô mudando de casa até hoje / Faço só pelos meus!”, que refletem o espírito do projeto Nômade: reunir artistas de diferentes regiões e valorizar a representatividade urbana. A referência a “Bangladesh” amplia essa noção de distância, mostrando que a trajetória dos artistas ultrapassa fronteiras físicas e simbólicas, e que a música serve como ponte entre diferentes realidades.

A letra também aborda relacionamentos, desejo e desapego, com trechos como “Ela é doida pra saber o que se passa na mente do malandro / Tu nunca me esqueceu / Gata esse problema não é meu”, trazendo um tom direto e irônico sobre envolvimentos amorosos. O refrão destaca a celebração do contato físico e da liberdade: “Dança essa dança comigo / Que essa noite vai ter tudo que você quiser”. A dualidade dos sentimentos aparece em “Um amor faz sorrir / Dois amor faz chorar”, sugerindo que múltiplas relações podem trazer tanto prazer quanto dor. A menção a Baco Exu do Blues em “Antes do Baco rimar essa rima / Eu já queria cantar” demonstra respeito à cena contemporânea e às influências do rap nacional.

Por fim, a música fala sobre autenticidade e rejeição ao que é forçado, como em “É que eu não gosto de nada quando é forçado / É que eu só funciono quando eu tô a um passo”. O tom urbano e descontraído se mantém em frases como “Tô sempre na contramão / O resto foda-se”, reforçando a postura de quem prefere seguir seu próprio caminho, mesmo que isso signifique estar sempre em trânsito, tanto física quanto emocionalmente.