Como é Que Faz? (part. Rob Nunes)

"Como é Que Faz? (part. Rob Nunes)" Desejo, humor e pista

A linha "Se até o funk fica apaixonado" pisca para o próprio formato funknejo e para o encontro entre Jerry Smith e Rob Nunes. No fim, o verso vira "Se até o Jerry fica apaixonado", um truque meta que transforma o refrão em assinatura da parceria e reforça o clima de brincadeira de pista. A narrativa é direta: ele está no rolê, tenta segurar a onda ("Tô tentando não olhar pra ela"), mas o desejo e a batida empurram para o inevitável. O humor aparece nos exageros e duplos sentidos: "vai dar dó do meu colchão" sugere um after quente; "Se eu começar, não sei parar" vale como vício no contato e como embalo do beat; e o "pararararara" imita a batida que acelera a ansiedade do encontro. O conflito é entre autocontrole e atração; o desfecho implícito é a aproximação sem freio.

O refrão repetitivo — "Como é que faz?" — é o motor emocional e comercial: uma pergunta-cola que vira chamada de pista e tentativa de garantir continuidade ("pra esse beijo não faltar se eu quiser mais?"). Há hipérbole engraçada em "bom desse jeito tá em falta no mercado", como se o crush fosse produto raro, e prenúncio de fissura em "se a saudade me encontrar", sinal de que o desejo já planeja o próximo round. O contexto pesa: a mistura de sertanejo e funk, marca do funknejo que bombou no fim de 2017, está no texto ("Se até o funk fica apaixonado") e combina com a origem espontânea da collab no estúdio. Resultado: um hit pegajoso, com dezenas de milhões de plays, que consolidou a química entre Jerry Smith e Rob Nunes.