Pra Cima, Ciça

A cuica roncou lá no alto de São Carlos
Tamborim afinou, conduziu a criação
Desce a ladeira batuqueiro
Explode no Rio de Janeiro
Um gostoso tum, tum, tum
Moderno burungundum cai no samba de sambar
Mas o moleque risca o chão com poesia
Mestre sala da alegria, ganha a rua o folião
A Lua testemunhou a felicidade
Que embalou os filhos da comunidade

Põe pitada no tambor, um dois feijão com arroz
Molho pro trem deslizar e a galera delirar
O povo se alimenta da arte a consagração
Lá vem Estácio na cabeça deu leão

Virou o jogo desponta o bamba
Em alquimia um temperista do samba
Teve o destino desafiando a paixão
Seu coração cruz maltino bateu em outra nação
De malas prontas mãe ganhar o mundo
Deixou no morro o seu amor mais profundo

Nas andanças construiu legado
Pavilhões defendeu, rainhas se curvaram
A água abençoou a mão que toca ijexá
Vai ter macumba na avenida pra te consagrar

De peito aberto não teme ao tempo
Ele foi cria hoje passa o fundamento
Pulsa na veia um amor pra vida inteira
É swing mão no couro segue o bonde do caveira
Tuas estrelas brilham nesse pavilhão
Enquanto houver Moacir o samba vai resistir
Pois essa história não chegou ao fim

Vai, Ciça!
Escreve o nome onde a magia se mistura
De mil compassos criador e criatura
A Viradouro explode em emoção