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O Rio Dos Homens Sem Sonhos

João de Almeida Neto

Letra

    Um disse que era do campo
    Beira de mato ou de rio,
    Tinha o seu sonho no asfalto
    E o rancho quase vazio

    O outro disse que tinha
    Nas veias sonhos de mar
    E que era o dono da estrada
    No sonho do seu lugar

    Um disse que era vencido
    Tinha uma fome tardia
    E já perdera na vila
    O sonho da rebeldia

    O outro disse que havia
    na estrela d'Alva um luzeiro
    E o sonho da liberdade
    Pra quem chegasse primeiro

    Quem perde a luz do seu sonho
    Deixando a alma no escuro
    Vivendo o avesso do espelho
    De algum sonho sem futuro

    O rio dos homens sem sonho
    É rio de terra e de pó
    Quem sonha o sonho sozinho
    Constrói um mundo de um só

    Um deles nada mais tinha
    Nem a sombra do que era
    Gastaram o sonho e a vida
    Na longa fila da espera

    O outro disse que um dia
    Teve sonhos de guri
    Mas que de tanto se sozinho
    Plantou desertos em si

    Um deles vinha de longe
    Na busca antiga do pão
    Deixando o sonho operário
    Perdido de mão em mão

    O outro viera antes
    Correndo atrás da ilusão
    De guardar sonhos na mala
    Pra sonhar na solidão

    Composição: José Fernando Gonzalez / Talo Pereira. Essa informação está errada? Nos avise.

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