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O Sul Por Vida

João de Almeida Neto

Letra

    Vivo o que escrevo sensitivo de mim
    E tiro do instrumento o bom da coisa ruim
    E creio que vale a pena lavar a erva do mate
    Gosto de usar as paisagens
    Mapear as imagens num fundo de campo
    Gosto da tropa de cria chamando a poesia pra perto do rancho
    Gosto da prosa sem lado pescando dourado no rio Uruguai
    E das coisas que faço tocando no braço do meu violão

    Como se o sorriso me enxugasse os olhos
    Como se o destino me apontasse o mundo
    Amontoei os troços apalpando a gaita
    E descobri o pago em cena
    Encilhei o cavalo e me toquei pro campo
    Se não fosse o gado eu não seria tanto
    Pra manter as tralhas do meu coração

    Como se a manada me peleasse a rima
    Como o se galpão me sujeitasse o canto
    Amontei no tempo sem olhar o pelo
    Do amanhã que eu mais queria
    Amaguei a mágoa chamuscando uns ciscos
    E sovei o pala amigando o vício
    De atorar a alma a tanta inspiração

    Coisas desses fronteiros que, iguais a nós
    Tem o sul por vida, e passam uma eternidade
    Matando a saudade numa coxilha
    Coisas desses campeiros de fala mansa
    Não tem de quê!
    Coisas desses paysanos que aquerenciamos num chamamé!


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