Sonhos Parisienses

Queria assim poder te confessar
Queria assim poder te conquistar
Na aldeia São José do Rio Negro
Uma vida, simplesmente
Se podia ter ali
Lá na beira
Um passeio ao roadway
Pela linha dos Remédios
E uma missa na Matriz

Queria assim poder te navegar
Queria assim poder te acompanhar
Lá na vila, o bondinho costumeiro
Que na praça traz saudades
Voam alto os japlins
Na calçada
O encontro e o desencontro
Entre rios, enamorados
Viuvinhas, oitis

Queria, ah meu Deus como eu queria
Ver o império surgir da noite pro dia
A seringa pagou toda a mordomia
Que a borracha apagou

Queria assim poder te navegar
Queria assim poder te acompanhar
No boteco os Terríveis são os mesmos
Bem na hora do recreio
Bem na hora de partir
A província de sonhos parisienses
Hoje são parintinenses
Hoje, Manaus é assim

Queria assim te cortejar, te confessar
Te conquistar
Queria te cortejar
Queria