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Tempo de Carreiro

José Fortuna

Letra

    No tempo da mocidade eu trabalhei de carreiro
    Com oito bois reforçados e também muito ligeiro
    O sertão da Bernardina fui eu quem cruzou primeiro
    Subindo serra e descendo
    Lavando carga e trazendo de janeiro a janeiro

    A junta do cabeçalho, o letrado e o faceiro
    Me dava muita firmeza na descida do changueiro
    Eu fui um rapaz de gosto e falo sem exagero
    Quando por lá eu passava
    Uma cabocla me olhava sempre de olhos morteiros

    Mais o tempo foi passando, o destino é traiçoeiro
    Fiquei velho de repente sem patrão e sem dinheiro
    Quanto tempo carreei, nunca tive candeeiro
    Meu grito de ôla, ôla
    Ficou embargando à-toa no chão do meu sul mineiro

    Não vi mais meu velho carro, estimado companheiro
    Por certo apodreceu lá no fundo do mangueiro
    A boiada foi pro corte nas mãos de algum açougueiro
    Pra dizer bem a verdade
    Só resta mesmo a saudade matando esse carreiro


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