Cantando Minha Palmeira

Orgulho e saudade em “Cantando Minha Palmeira” de José Mendes

Em “Cantando Minha Palmeira”, José Mendes faz uma homenagem à cidade de Palmeira das Missões, destacando seu orgulho pelas raízes e pela história local. Ao chamar a cidade de “Esparta gaúcha”, o artista associa o lugar a uma tradição de coragem e resistência, indo além do simples apego à terra natal. O verso “Nunca dormiu na trincheira / Ao lado de sua garrucha” reforça essa imagem de bravura, remetendo ao contexto das revoluções gaúchas e à reputação dos caudilhos da região, figuras históricas conhecidas por sua luta e liderança.

A canção tem um tom nostálgico e regionalista, marcado pelo retorno simbólico do narrador à sua terra após um período de ausência, como em “Depois de toda uma ausência / Pelas estradas do mundo / Para rever minha querência / Venho lá de Passo Fundo”. Os detalhes do cotidiano rural, como “Dobrei o milho na roça / Lacei o boi na mangueira / Cortei lenha de machado”, evocam memórias da infância e mostram como essas experiências moldaram o caráter do narrador. O chimarrão, citado em “Puxei erva para o carijo / Tomei mate no galpão”, aparece como símbolo da hospitalidade e da identidade gaúcha, reforçando o sentimento de pertencimento.

Além disso, José Mendes utiliza a música para defender a honra de sua terra, combatendo estigmas e lendas negativas, como em “Não foi toca de bandido / Como diziam as lendas”. O refrão final, “O eterno amor à querência / Que é a minha Palmeira nova”, resume o compromisso afetivo e inabalável do artista com suas origens e tradições, celebrando a ligação profunda com a cultura gaúcha.