Matuto no Forró

Humor e cultura nordestina em "Matuto no Forró"

"Matuto no Forró", de Jota, Jotinha e Jotão, explora com bom humor o contraste entre a ingenuidade do jovem do interior e as situações inesperadas que ele enfrenta ao tentar se enturmar em um forró. A letra transforma a falta de traquejo social do protagonista em cenas cômicas, como quando ele é confundido com o "diabo" ao chegar mal vestido na festa, ou quando, tentando beijar a parceira, acaba "chupando o nariz" dela. Essas situações reforçam o tom leve da música e retratam, de forma divertida, as dificuldades de quem cresceu afastado dos costumes urbanos.

A canção utiliza a embolada, um estilo tradicional nordestino, para contar a história de um jovem "amatutado" – inexperiente e desajeitado, principalmente no amor. Expressões como "o caderno era a roça, minha caneta o machado" ilustram a rotina rural e a falta de estudo formal do personagem. O humor também aparece nas reações exageradas das pessoas ao vê-lo no forró, como o porteiro fugindo e a senhora gritando: "se aquilo não for o cão, mas veio mandado por ele". No final, após várias trapalhadas e até apanhar do soldado, o personagem decide abandonar seus modos matutos, mostrando que encara as dificuldades com leveza e autocrítica. Assim, a música celebra o forró e a cultura do interior, rindo das próprias desventuras sem perder o bom humor.