Splinter (part. BRENNUZ, BARRETO e Nle Dopre)

Dor, saudade e família em “Splinter (part. BRENNUZ, BARRETO e Nle Dopre)”

“Splinter (part. BRENNUZ, BARRETO e Nle Dopre)”, de Jotapê, transforma a dor da perda em uma homenagem sensível à família e à memória de quem partiu. A música aborda a ausência de figuras parentais e a saudade que permanece, como no verso “Pai, como seria bom subir pro céu e sentir seu perfume”, que expressa o desejo de reencontro e a força das lembranças. A repetição de “O foda é que a vida é assim” mostra a aceitação amarga da inevitabilidade da morte e das mudanças que ela traz.

A letra valoriza a importância da família e da gratidão, citando nomes de parentes e reconhecendo o legado deixado: “Mas nós deixou presentes aqui / Como o Matheus, a Lara, Vinicius, Netin / O Nicolas e o Arthurzin / Pra lembrar que eu tenho uma família”. O sentimento de culpa e a vontade de ter feito mais aparecem em “impossível não sentir / Que eu poderia ter feito mais, ter estado mais com você aqui”, revelando vulnerabilidade e sinceridade. Metáforas como a referência às “tartaruga-ninja” ilustram a união familiar diante das dificuldades, enquanto a “estrela-cadente” simboliza desejos não realizados.

A saudade é reforçada por lembranças de momentos simples, como noites de pizza e esfirra, e pelo contraste entre o passado de dificuldades e o presente de conquistas: “Hoje eu vejo eles gritando o nosso nome / Só que não nos ouviram quando nossa barriga apenas gritava fome”. Ao final, a canção destaca a necessidade de seguir em frente, honrando a memória de quem se foi e cuidando dos que ficaram: “Você me deu a última missão / Eu tô cuidando dos meninos / Descansa”. “Splinter” se firma como um tributo à resiliência, à gratidão e ao amor familiar, equilibrando dor e esperança de forma direta.