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Pobre mamãe

Juan Andrés Caruso

Pobre madrecita

Sentada en una silla, sola frente al champagne,
hay una milonguita de muy tierno mirar.
Una perla en su cara se ve lenta rodar,
es la pobre mamita que llora a su nena que enfermita está...

La tierna madrecita desconsolada llorando está,
porque recuerda que allá en su casita,
la pobre nena la llamará y en el derroche de alegría
siente como un reproche: ¡mamá!... ¡mama! ...

Pobre la madrecita, donde palpita tanto dolor,
tuvo que dejar sola a ese pedazo del corazón.
Debe bailar el tango, brindar caricias, fingir amor,
nadie tiene por ella ni una palabra de compasión.

Su linda nena rubia, de ojos azules de querubín,
está muy enfermita, da mucha pena verla sufrir.
La tierna milonguita, que es madrecita, debe sentir
y en el silencio ruega: ¡Oh, Virgen mía, se va a morir!...

Madrecita del alma, que así llorando estás,
tan silenciosamente mientras bebes champagne,
no hay uno que comprenda tu íntimo dolor,
lo que pasa en tu alma, madrecita, sólo lo saben tú y Dios...

Pobre mamãe

Sentada numa cadeira, sozinha frente ao champanhe,
há uma milonguinha de olhar tão terno.
Uma pérola em seu rosto se vê rolar devagar,
é a pobre mamãe que chora pela filhinha que está doente...

A terno mamãe desconsolada chora sem parar,
porque se lembra que lá na sua casinha,
a pobre filhinha vai chamá-la e no excesso de alegria
sente como um reproche: mamãe!... mamãe!...

Pobre mamãe, onde pulsa tanta dor,
teve que deixar sozinha essa parte do coração.
Deve dançar o tango, brindar carinhos, fingir amor,
ninguém tem por ela nem uma palavra de compaixão.

Sua linda filhinha loira, de olhos azuis de querubim,
está muito doente, dá muita pena vê-la sofrer.
A terno milonguinha, que é mamãe, deve sentir
e em silêncio reza: Oh, minha Virgem, ela vai morrer!...

Mamãe do meu coração, que assim choras,
tão silenciosamente enquanto bebes champanhe,
não há ninguém que compreenda sua dor íntima,
o que passa na sua alma, mamãe, só você e Deus sabem...

Composição: