Vivi Good (part. Yuran e Trista)

Afirmação e celebração das origens em “Vivi Good”

Em “Vivi Good (part. Yuran e Trista)”, Julinho KSD utiliza o refrão repetido “N sa ta vivi good” para destacar sua trajetória de superação e conquista pessoal. A expressão, em crioulo cabo-verdiano, significa “eu estou vivendo bem” e reforça o orgulho de ter vindo “di baxu, di fundu” (de baixo, do fundo), celebrando a ascensão social sem perder a autenticidade. A mistura de crioulo, português e inglês na letra não é apenas um recurso estilístico, mas uma afirmação de identidade, conectando as experiências de imigrante e a influência da cultura cabo-verdiana em Portugal.

A música traz referências ao cotidiano, festas e conquistas materiais, como “kopu grogu ku ice cube” (copo de grogue com gelo) e “calça nigga bolso caro”, ilustrando o sucesso financeiro e social. Ao mesmo tempo, Julinho KSD faz críticas diretas, como no verso “fuck nigga Bolsonaro” (foda-se, cara Bolsonaro), mostrando que há espaço para posicionamento político mesmo em um clima descontraído. O trecho “mudei a mente, mudei o mundo” resume o espírito da faixa: a transformação pessoal é fundamental para mudar a própria realidade. Julinho também valoriza relações verdadeiras e rejeita falsidade, como em “farto de nigga fingido” e “fake niggas digo adeus”, reforçando a importância de manter-se fiel a si mesmo e ao seu círculo próximo. “Vivi Good” é, assim, um hino de autoestima, orgulho das origens e celebração das vitórias pessoais, embalado por uma sonoridade multicultural.