Assalto Ao Banco

Violência e desilusão em "Assalto Ao Banco" de k a m a i t a c h i

"Assalto Ao Banco", de k a m a i t a c h i, retrata um assalto fracassado nos anos 80, indo além do relato policial ao expor a degradação moral dos personagens e a futilidade do dinheiro como motor de destruição. Logo no início, o verso “Bendito dinheiro que planta umas drogas / E armas e carros e minas safadas e falsos amigos” mostra como o dinheiro corrompe e alimenta um ciclo de vícios, traições e violência, alinhando-se à proposta do artista de explorar temas sombrios e a natureza humana.

A letra é estruturada como um roteiro de ação, com diálogos diretos entre assaltantes e policiais, o que reforça o tom urbano e cru da narrativa. Personagens como Jeffrey, Sid, Anthony e Vito têm falas que revelam suas motivações e conflitos, como em “Jeffrey, solta arma e solta o refém, seu filho da puta / Jeffrey, queime no inferno com sua loucura”. O caos do assalto, a tensão e a morte dos envolvidos são descritos sem romantização, evidenciando a brutalidade e o desespero do grupo. O refrão “Corre, zig-zag, corre...” transmite a sensação de fuga frenética, enquanto o desfecho destaca a indiferença de Vito, o mandante, que só se importa com o dinheiro, mesmo diante da morte dos comparsas: “Vito, vários de nós morreram / Mas Vito não liga, ele quer dinheiro”.

A música utiliza gírias e expressões que reforçam o ambiente marginal e a falta de glamour do crime, além de criticar a corrupção policial, como em “Se tivesse chance, tu tava com a gente / Disse Sid sobre agente Frank”. Assim, a canção homenageia o universo dos anos 80 e faz uma crítica direta à busca desenfreada por dinheiro e poder, mostrando como todos os envolvidos estão presos em um ciclo de violência e desumanização.