Teorema de Jó

E eu me pego em meu fracasso na busca por encontrar resposta distante eu me acho
O oculto que fascina os olhos do orgulho místico
Não aguenta a overdose do simples, real e crítico
Nunca foi sobre a fé, mas sim os meus motivos
Que me levam a morrer pelo que creio
A mera utopia de amar Deus pelo que é
E a dificuldade de encontrar amor sem meu anseio por ter
Aquilo que desejo, almejo
Amar a sua esposa sem recompensa de um beijo
Mas uma aliança da parte do alto é feita
E nem na debilidade Cristo diz que nos rejeita
Por que tenho me pego tão aflito?
A liturgia é feita com excelência e maestria
Meu coração perverso diz tá tudo bem comigo
Mas a alma denuncia que está vazia

Antes só conhecia de ouvir falar
Mas hoje eu posso contemplar
Hoje eu posso contemplar!

Não quero ter o dom
Sem ver o meu doador
Pois ele é suficiente por amar mesmo na dor

Antes só conhecia de ouvir falar
Mas hoje eu posso contemplar
Hoje eu posso contemplar!

Loko o cão não é, de duvidar da fé de Jó
E entrou na jogada pra questionar os seus motivos
O homem não ama a Deus por Deus ser Deus e só
Mas sim porque dá tudo e há interesse inrustido
Meu peito se aperta em sondar a minha vida
E encontrar más intenções na minha devoção
Perdão eu peço ao pai, pois
Até na minha integridade eu encontrei depravação
Será que se acabasse tudo
E eu não tivesse mais nada, ainda seria fiel?
E mesmo que na tribulação
Toda minha afeição fosse apagada, o meu amor tocaria o céu?
E mesmo que não haja mais bênçãos
Mesmo que a videira não dê mais o seu fruto
Cristo é o motivo e o motivo maior é amar e ser amado por quem já me deu tudo

Antes só conhecia de ouvir falar
Mas hoje eu posso contemplar
Hoje eu posso contemplar!

Não quero ter o dom, sem ver o meu doador
Pois ele é suficiente por amar mesmo na dor

Antes só conhecia de ouvir falar
Mas hoje eu posso contemplar
Hoje eu posso contemplar!