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Bivoj

Karel Kryl

Bivoj

(Osmeho listopadu sestnact set dvacet
U letohradku Hvezda na Bile hore zustal
Z vojsk Kralovstvi ceskeho posledni
Praporec, moravsky praporec Slikuv.
U zdi letohradku padl do posledniho muze.
Pisen nazvana Posledni Moravan.)
Pod bilou zdi
Ma blato
Barvu perletovou
A zvony odletely
Za vetrem do Rima
Obzor se rdi
Muj tato
Hanbou sarlatovou
Uz jsme tu osamely
Z krize se nesnima
Prapory mdle
Uz pali
Ruce vlajkonosu
Jen oci pod prilbici
Snad jeste doufaji
A mlhy zle
Se vali
Do der od hrabosu
I do ran na orlici
Kterou uz poutaji
Rudy kohout na obzoru
roztahuje spary
hreben vetru rozcesava
pera plamena
verili jsme na pokoru
u popravci kary
zlata doba nenastava
bude kamena
Je pry to cti
Az na dno
Zustat pod prapory
Mit dusi nestydatou
A mozek bez ceny
Byt kralem lsti
A snadno
Vzit si bez pokory
Na svadbu se Zubatou
Zelezne prsteny
Neni to med
Zas piti
Cisi vrchovatou
A verit na proroky
V choralu polnice
Sto cernych let
Nam sviti
Hvezdou jedovatou
Na erbu pro otroky
Pro nase dedice
Rudy kohout na obzoru
roztahuje spary
hreben vetru rozcesava
pera plamena
verili jsme na pokoru
u popravci kary
zlata doba nenastava
bude kamena
bude kamena
bude kamena

Bivoj

(No dia onze de novembro, dezessete e vinte
No palácio Hvezda, na montanha branca, ficou
Do exército do Reino Checo, o último
Bandeira, a bandeira morava de Slik.
Na parede do palácio, caiu o último homem.
A canção chamada Último Moravo.)
Sob a parede branca
Tem lama
Cor de pérola
E os sinos voaram
Com o vento para Roma
O horizonte se tinge
Meu pai
De vergonha escarlate
Já estamos aqui sozinhos
Da crise não se escapa
Bandeiras murchas
Já queimam
As mãos do porta-bandeira
Só os olhos sob o elmo
Talvez ainda esperem
E as névoas ruins
Se arrastam
Para os buracos dos espinhos
E para as feridas na águia
Que já amarram
O galo vermelho no horizonte
Abre suas garras
O pente do vento desembaraça
As penas da chama
Acreditamos na humildade
Na carroça do carrasco
A era de ouro não chega
Vai ser de pedra
Dizem que é uma honra
Até o fundo
Ficar sob as bandeiras
Ter uma alma sem vergonha
E um cérebro sem valor
Ser rei da astúcia
E talvez
Pegar sem humildade
Para o casamento com a Morte
Anéis de ferro
Não é mel
De novo beber
Cisne transbordante
E acreditar nos profetas
No coral da trombeta
Cem anos negros
Brilham para nós
Com uma estrela venenosa
No brasão dos escravos
Para nossos ancestrais
O galo vermelho no horizonte
Abre suas garras
O pente do vento desembaraça
As penas da chama
Acreditamos na humildade
Na carroça do carrasco
A era de ouro não chega
Vai ser de pedra
Vai ser de pedra
Vai ser de pedra

Composição: