De Freestyle (part. Pelé)

Provocação e humor nas batalhas em “De Freestyle (part. Pelé)”

“De Freestyle (part. Pelé)”, de Knust com participação de Pelé MilFlows, mergulha no universo das batalhas de rap, trazendo à tona a irreverência e o humor ácido típicos desse ambiente. A letra se destaca por expor rivalidades e situações cotidianas dos MCs de forma direta, usando referências internas e piadas de bastidores, como em “Doug e Yang dividindo Eduarda” e “Jefinho: MC frustrado, o mais feio de São Gonçalo”. Essas menções criam um senso de comunidade entre quem acompanha as rodas culturais, especialmente a Batalha do Tanque, citada como palco central das disputas (“Mas isso é roda cultural, batalha do tanque / O que vocês querem ver? (sangue!)”).

O tom descontraído e a linguagem informal reforçam tanto a competitividade quanto a camaradagem entre os MCs. As provocações exageradas, como “Cê come a xota da minha vó eu chupo o pau do teu avô”, são típicas das batalhas, onde o absurdo serve para desestabilizar o adversário e divertir o público. A música também traz referências à superação e à afirmação de identidade, como em “Somos os novos mcs, essa é a nova era” e “Dei um tempo no free mas quando eu voltar, atura / Que eu vou voltar bem mais brabo”. Além disso, brinca com ironias e duplos sentidos, misturando cultura pop, religião e cotidiano das batalhas, como na comparação entre milagres bíblicos e a divisão de mulheres entre MCs. No fim, a faixa celebra o improviso, a criatividade e a intensidade das rodas culturais brasileiras, onde o respeito é conquistado na base da zoeira e da disputa verbal afiada.