RANDANDAN (part. LPT Zlatan)

A força do cotidiano periférico em “RANDANDAN (part. LPT Zlatan)”

Em “RANDANDAN (part. LPT Zlatan)”, Kyan utiliza a onomatopeia do título e do refrão para criar uma marca sonora que remete ao som de tiros, elemento comum no funk e que reforça a autenticidade da música. Esse recurso situa a faixa no universo dos bailes, onde ritmo, ostentação e vivências de rua são celebrados como símbolos de poder e pertencimento. A escolha de “RANDANDAN” conecta a música diretamente à realidade das periferias urbanas, tornando-a facilmente reconhecível pelo público do gênero.

A letra explora o lifestyle ostentação, trazendo referências a marcas como Adidas e Gucci, ao “boné de lado” e ao “revólver sempre na cintura”, misturando moda, atitude e a constante presença do risco. O verso “Ela quer, ela quer / Não quer boy, ela só quer maloka” destaca a valorização do malandro da quebrada em oposição ao “boy” tradicional, mostrando uma inversão de valores típica do funk e do trap. A busca por prazer, status e respeito aparece em frases como “Tá se achando uma nave / E procurando alguém que pilota”, onde a mulher é comparada a um carro de luxo, e “pilotar” sugere tanto dirigir quanto dominar a situação. Expressões como “deixa que o bonde toca” e “nóis banca e come” reforçam a ideia de coletividade e autossuficiência do grupo. O consumo de maconha e a ostentação de dinheiro e carros são apresentados como conquistas legítimas, celebrando a ascensão social e o empoderamento dos jovens da periferia por meio de gírias e referências culturais que dialogam diretamente com o público do funk e do trap brasileiro.