Amourexique

Amoréxica

Amourexique

Eu morreria pra que um anjo
Je mourrai pour qu’un ange
Me reanimasse além
Me ranime au-delà
De uma realidade onde o meu corpo faminto luta
D’une réalité où mon corps affamé se bat
Eu não quero mais essa viagem
Je ne veux pas ce vaisseau
Esta carne, este ventre, esses braços
Ces chairs, ce ventre, ces bras
Se contrariam e mergulham e um espaço onde eu não estou
Sinon pour plonger dans un espace où je ne suis pas
E se afogam, se afogam no oceano que bebe
Et noyer, noyer l’océan qui boit
Meu sangue, minha voz
Mon sang, ma voix

Uma ligeira e difusa luz
Légère et floue je dîne
Eu comia tulipas e água pálida
De tulipes et d’eau pâle
E o branco imaculado do meu quarto
Le blanc immaculé de ma chambre
Vomitava suas estrelas
Vomit ses étoiles
Eu voava acima das ondas
Je plane au-dessus des vagues
Que procuram meu alimento
Qui chassent mes repas
Eu vôo e volto para um mundo onde não se brinca com a vida
Je vole et reviens d’un monde où la vie ne joue pas
Eu me afogo, me afogo e esvazio meu corpo contra minha vontade
Je me noie, noie et vide mon corps malgré moi
Meu sangue, minha voz
Mon sang, ma voix

Eu me afogo, eu me vejo, eu percebo
Je me noie, je me vois, je perçois
O anjo aqui
L’ange est là

Ele sopra sobre minhas feridas
Il souffle sur mes blessures
Os segredos esquecidos
Le secret oublié
O homem é o único que crê que a morte é sua liberdade
L’homme est seul à croire que la mort est sa liberté
E afoga, esmaga sua alma desesperada
Et noie, broie son âme désespérée
Você, é você
Toi, de toi
Você realmente vê a beleza do seu eu em si?
Vois-tu vraiment la beauté, ton être en soi?
Você
Toi