Água de Janeiro
Laura Sivini
Tinha água de janeiro na minha bebida
Não se prenda entre os planos
Tinha água de janeiro na minha bebida
Se você quer saber
Eu vou desamarrar
A sua inconsequência
É a minha consequência
Mas e quem vai dizer
Que o mundo vai mudar?
A bola encaçapa na mira que o foco atenta
Tinha água de janeiro na minha bebida
Não se prenda entre os planos
Tinha água de janeiro na minha bebida
Tome o seu prazer
Mas não de um gole só
A ignorância que conserva
É sempre a melhor
Reprima seu querer
E logo vai entender
O portal humano
É a porta do prazer
Tinha água de janeiro na minha bebida
Não se prenda entre os planos
Tinha água de janeiro na minha bebida
Tudo que faz aqui
Uma hora vai voltar
Tranquilo e calmo
É o coração que vive a gargalhar
O universo é em terça-feira
A voz vem na quinta
A mente em oitava
Espinho cego não pinica
Tinha água de janeiro na minha bebida
Não se prenda entre os planos
Tinha água de janeiro na minha bebida
O ser humano, não entender o ser humano
A confiança é um bolo gourmet
Em forma de escudo
Cortado por uma faca de dois gumes
A vida
é um lampejo
Arde
Desbota
Luz de vagalume
A evolução humana
Detem-se do reflexo do passado
Mas sobretudo
Das quebras dos paradigmas antigos
No presente
O ser humano não entende
Que o ser é humano
Capaz de aceitar o ser
Que o ser é humano
Capaz de aceitar o ser
Tinha água de janeiro na minha bebida
Não se prenda entre os planos
Tinha água de janeiro na minha bebida
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