Saudade do Sertão

Ao tempinho bom que não volta mais

Viajo em minha memória e lembro na hora do tempo da roça
Do cheiro suave da mata do leite da vaca e da velha palhoça
Cedinho sempre por primeiro la no galinheiro o galo cantava
Já era hora de acordar para trabalhar onde a gente plantava
Mamãe fazia pra gente um café bem quente para todos tomar
E nos pra fora saía agradecendo a Deus pelo dia
Que com saúde nos fez despertar

Tempinho bom que não volta mais
No peito só trás a saudade do sertão
Mas eu garanti ali no céu um novo lugar
Onde com Deus eu irei morar
Eternamente na nova sião

Passarinhos lá no arvoredo
Sem guardar segredo louvavam a Deus
A sabiá saia do ninho pra pegar bichinhos pros filhotes seus
O sol já vinha nascendo logo aquecendo a serra molhada
O boi faceiro berrava atrás eu gritava subindo a escalada
A nossa maior alegria era meio dia hora de almoçar
Papai chamava a gente e nos saia correndo na frente
Mamãe já estava na porta a esperar

Tempinho bom que não volta mais
No peito só trás a saudade do sertão
Mas eu garanti ali no céu um novo lugar
Onde com Deus eu irei morar
Eternamente na nova sião

No inverno nas noites bem frias nos se reunia ao redor do fogão
A lenha num canto ficava e nunca faltava pra assar o pinhão
Também não posso esquecer do entardecer nas noites de verão
Debaixo de uma laranjeira frente à porteira tocava o violão
Mas hoje só restam lembranças
De um tempo de infância que ficou pra trás
A estrada ainda é mesma e acredito com toda certeza
Que Deus ainda está presente lá

Tempinho bom que não volta mais
No peito só trás a saudade do sertão
Mas eu garanti ali no céu um novo lugar
Onde com Deus eu irei morar
Eternamente na nova sião

E hoje só restam lembranças