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Letra

    Da canga, referência dos castigos,
    Restaram cicatrizes da tortura;
    A justa flor do cacto ternura,
    Brotara dos alforjes dos amigos.
    Sedentos, vagueavam homens sós
    Ao sol que iguala e junta gente e bois,
    Forquilhas e pescoços, pra depois,
    Juntar também garruchas e mocós.
    No lombo, pisaduras do cargueiro
    Retratam o nordeste brasileiro
    E o engaço dos antigos coronéis.
    Sedenta sobre as asas da ilusão,
    A lenda amarga e adoça, em fixação,
    Lembrança no cinema e nos cordéis.

    Nem pombo ou gavião, jesus ou barrabás,
    Nem deus nem satanás. é tema de baião.
    A canga é mais canção no claro da aurora.
    Até o cerrado chora a falta que ela faz.

    Rebento dos anseios populares,
    Cangaço é beija-flor e sanharó,
    Escravo, capataz e soboró;
    Verdade de utopias singulares.
    No solo da caatinga, similares;
    Nas armas, um punhado de "sem-dó".
    Perfeita ligação "espinho/pó",
    Também contradição entre "rios/mares".
    Em tempos de certeza ou ato falho
    Cabeças são cortadas como alho.
    Na réstia da bondade a sina dói.
    Clareiras de corisco e lampiões
    Suscitam nos terrenos dos sertões
    A eterna oposição bandido/herói.

    Nem pombo ou gavião, jesus ou barrabás,
    Nem deus nem satanás. é tema de baião.
    A canga é mais canção no claro da aurora.
    Até o cerrado chora a falta que ela faz.


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