exibições de letras 60
Letra

    Coió de primero pensava ser bicho
    Não tinha sustança, passava aperrêi
    Um nó no vazi, sem luz um espêi
    Juntava bregueço e morava no lixo
    Na testa a mizera ferrou um capricho
    Levava no lombo sem lenço ou rudia
    Magava a cacunda. repare a relia
    Ganhou a pilide coió-abestado
    Com tanto apetrecho era arremedado
    Cadiquê porquêra moiada fedia

    Catinga, inhaca, murrinha, sintina,
    Baci e coió a camin da fêra
    Catota e remela juntando poeira
    Ontonte vexado mudou sua sina
    Coió, de veneta, lembrou da menina
    A fia que deu a maria rezadeira
    Na lapa do mundo chispou na carrêra
    Torano mascate e mourão na titela
    Deu fé que o juízo abriu a cancela
    Cába da mulesta sumiu na ladeira

    Condo da mundiça coió capou gato
    O povo acunhou fogo na reborréa
    Tentano cinzar na cachola as idéia
    Quemou roupa vêa, foquite, sapato
    Maldano mermá a raíz desse fato
    Rezou pra lá fora bater caçuleta
    Em riba da brasa butaro ar muleta
    Cabá infincaro uma cruz no subejo
    Destá que o destino carece cortejo
    Pois porta a justiça, razão, baioneta

    A vida meêra daquele arrebó
    Atáia seu tópi praquele currá
    Porque na fazenda maria aguiá
    Morava a donzela joana carol
    Mais bela que flor, mais clara que sol
    Nos trinque, sem medo, sem fome, sem pai
    Muntada a cavalo na tarde ela sai
    No mêi do camim o pordo refuga
    O mundo nó-cego, malino fêi ruga
    Da sela no lado do páia ela cai

    Joana relada no chão desapêa
    Acorda no tombo um véi sonolento,
    Faminto, breado, de vera, nojento
    Sem-eira-nem-beira na terra alheia
    No coração dela o instinto parêa
    Percebe passar o fasti de amá
    Lembrou da promessa de localizá
    O imbigo incardido que maria deu
    Pois inda pequena no mato perdeu
    Na mão do fedido já pode avistá

    O pai com a fia chorano se abraça
    O pranto correno lavou o passado
    Coió cum destreza foi logo cuidado
    Ganhou roupa nova, morada de graça
    Espie a justiça cuma fai pirraça:
    Com a rezadeira indoje é casado
    Amode alembrá um golin do passado
    Vortô ao lugar que fincaro a cruz
    Cavô pra rancar, meu sinhô, por jesus,
    Achou uma arca de ouro enterrado.

    Virou um ricaço, juntou sua prole
    Pissue os terreno onde os ói arcança
    Acolhe idoso, ajuda criança
    Ninguém mais intica, se ri ou lhe bole
    Comprou um triângo, zabumba e fole
    Discança tocando na rede, na istêra
    Hoje é cortejado inté in mei-de-feira
    Quem era o magrelo coió abestado
    Por cima das cinzas ergueu um sobrado
    Museu coronel inácio oliveira.


    Comentários

    Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

    0 / 500

    Faça parte  dessa comunidade 

    Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Lecinho e Viola e vá além da letra da música.

    Conheça o Letras Academy

    Enviar para a central de dúvidas?

    Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

    Fixe este conteúdo com a aula:

    0 / 500

    Opções de seleção