L'Alouette En Colère

A Cotovia Enfurecida

L'Alouette En Colère

Eu tenho um filho revoltadoJ'ai un fils enragé
Que não acredita em DeusQui ne croit ni à dieu
Nem no diabo, nem em mimNi à diable, ni à moi
Eu tenho um filho esmagadoJ'ai un fils écrasé
Pelas instituições financeirasPar les temples à finances
Onde ele não pode entrarOù il ne peut entrer
E pelas palavrasEt par ceux des paroles
Das quais ele não pode sairD'où il ne peut sortir

Eu tenho um filho despojadoJ'ai un fils dépouillé
Como foi seu paiComme le fût son père
Carregador de água, serralheiroPorteur d'eau, scieur de bois
Inquilino e desempregadoLocataire et chômeur
No seu próprio paísDans son propre pays
Ele não tem maisIl ne lui reste plus
Do que a bela vista do rioQu'la belle vue sur le fleuve
E sua língua maternaEt sa langue maternelle
Que não é reconhecidaQu'on ne reconnaît pas

Eu tenho um filho revoltadoJ'ai un fils révolté
Um filho humilhadoUn fils humilié
Eu tenho um filho que amanhãJ'ai un fils qui demain
Será um assassinoSera un assassin

Então eu tive medoAlors moi j'ai eu peur
E gritei por ajudaEt j'ai crié à l'aide
Socorro, alguémAu secours, quelqu'un
O grande vizinho da frenteLe gros voisin d'en face
Veio correndo armadoEst accouru armé
Grosseiro, estranhoGrossier, étranger
Para derrubar meu filhoPour abattre mon fils
De uma vez por todasUne bonne fois pour toutes
E quebrar suas costasEt lui casser les reins
E a cabeça e o pescoçoEt le dos et la tête
E o bico, e as asasEt le bec, et les ailes
Cotovia, ah!Alouette, ah!

Meu filho está na prisãoMon fils est en prison
E eu sinto em mimEt moi je sens en moi
No fundo de mimDans le tréfonds de moi
Apesar de mim, apesar de mimMalgré moi, malgré moi
Pela primeira vezPour la première fois
Apesar de mim, apesar de mimMalgré moi, malgré moi
Entre a carne e o ossoEntre la chair et l'os
A raiva se instalandoS'installer la colère