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Entre Taças e Versos

LetoDie

Letra

    Baralho marcado, só merda acontecendo
    Cores desvanecendo e é tudo questão de tempo
    Até que eu estoure e machuque alguém
    Que seja importante, mas que eu trate com desdém
    O problema não é você, tu sabes disso, enfim
    Não tem o que fazer pra quem já nasceu assim
    Tu falas eu ignoro, tu gritas e eu corro
    E ficasse não aguentaria o estouro
    Fazer o que, meu gênio sempre foi forte
    Sem paciência pra quem acredita em sorte
    Então pode falar, me conta tudo que tu sabe
    No fim das contas, nós sabemos, tu és covarde
    Procuro um defeito que venha na memória
    Que me faz pensar em coisas da minha história
    Escrever é fácil, o foda é aturar tudo
    Porque comecei errado, enjoado do mundo

    Meu deus do céu, o que que eu tô fazendo?
    Se é tarde pra voltar, me afogo em vinho
    Vômito na pia, e o que que esta acontecendo?
    Olho pros lados e continuo sozinho!

    Com o pé esquerdo e assim continuou
    Fazendo essas rimas que até minha mãe criticou
    Se o poema não é bonito, é que a historia deu trabalho
    Não vem botar defeito no que eu escrevo caralho
    Um dia comigo e tu surtaria
    Pelo menos cicatrizes transformei em poesia
    Pra jogar num beat e ver se isso desencana
    Quem diria, fazendo da minha dor grana
    Mas eu trocaria essa vida
    Por um domingo na lareira, como nas antigas
    Com meus pais, família reunida, e aí
    Como seria se ainda estivessem aqui?
    O tempo passou e não volta mais
    Os amores que eu amei não me deram paz
    Ninguém junto comigo por obrigação
    Pessoas que deixei escapar pelas mãos

    REFRÃO2x: Meu deus do céu, o que que eu tô fazendo?
    Se é tarde pra voltar, me afogo em vinho
    Vômito na pia, e o que que esta acontecendo?
    Olho pros lados e continuo sozinho!

    Não, essa porra não é um lamento
    Mas quem não gostaria de poder voltar no tempo?
    Não pra mudar tudo que aconteceu
    Mas fazer acontecer o que não aconteceu
    Caralho, o espelho me encara e eu não sei
    Quantas vezes revidei sem adiantar, e agora?
    Punho fechado, e os cacos no chão me mostraram
    Que por mais força que tenha não funciona nessas horas
    O Frio corta minha carne, tremo no sufoco
    Mas prefiro cair morto ao sentir o calor do teu corpo
    A raiva molda, solda o que restou
    Olha, sem coração, o monstro que você criou
    No fim é só um sonho, devaneio fraco
    Entre memorias e histórias doses de um whisky barato
    Pra aquecer o que eu deixei ser frio aqui
    E talvez me lembrar que eu ainda não morri


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