Vetin (part. Borges, Orochi e TZ da Coronel)

Contrastes de luxo e lealdade em “Vetin (part. Borges, Orochi e TZ da Coronel)”

"Vetin (part. Borges, Orochi e TZ da Coronel)", de Leviano, destaca-se por mostrar como ostentação e vulnerabilidade caminham juntas na trajetória dos artistas. A letra revela que o luxo e o sucesso são conquistas recentes e, muitas vezes, frágeis. No trecho “Eu me mantenho sozinho / Infelizmente, o KT não tá vivo / Lutas e lutas diárias, sempre fui um cara de poucos amigos”, fica clara a solidão e as perdas enfrentadas, mesmo com a ascensão financeira e social. A menção à Mainstreet, importante gravadora e coletivo do rap nacional, reforça o sentimento de pertencimento e vitória coletiva, além da busca por respeito na cena urbana.

A ostentação aparece em detalhes como “meus cria de Nike”, “carro preto com vidro fumê” e “shopping dentro do meu guarda-roupa”, mas sempre acompanhada de desconfiança e consciência dos riscos: “No meio de cobras e ratos, eu ainda sou original”. A lealdade é tratada como valor central, acima do amor ou da confiança, como Orochi ressalta: “Se jogar na balança, amor ou confiança / Eu ainda prefiro a lealdade / Porque ela é mais forte que o ódio”. O uso de gírias e metáforas do universo do crime e do tráfico, como “encomenda fria”, “pisar em baratas” e “produto pra esse novo CEP”, reforça a autenticidade do relato e a dureza do cotidiano, sem romantizar a violência, mas mostrando-a como parte do contexto de sobrevivência e ascensão. O refrão, ao repetir a imagem do artista “desfilando” e “gravando no estúdio”, reforça que o trabalho duro e a união entre os parceiros são essenciais para o sucesso, enquanto festas e ostentação funcionam tanto como símbolo de status quanto como fuga das pressões do ambiente. "Vetin" sintetiza o contraste entre o brilho da conquista e as sombras da realidade, valorizando a lealdade e a autenticidade como pilares para quem busca vencer na rua e na música.