quer midia? (part. Akashi Cruz)

Fama e desejo em “quer midia? (part. Akashi Cruz)”

“quer midia? (part. Akashi Cruz)” transforma a acusação em etiqueta de status. Ao repetir “cê quer mídia?”, os narradores filtram e desqualificam quem vive de atenção enquanto performam poder e sedução. A faixa é consciente e ambígua: critica a superficialidade, mas também usa ostentação e desejo para manter o holofote, espelhando um cenário de fama, relações rasas e busca por notoriedade.

No verso de Lil Fuub, o tom é debochado e direto. Ele aponta “ego frágil”, brinca com trocadilhos de conquista em “Fuubinho virou sushiman/dois palitos” e aciona estereótipos pop ao citar “Coreia”, comentário sobre fetichização que ele transforma em prova de poder. Há hipérbole e jogo de status em “o assédio dessas modelo virou problema pra lidar”, e uma ética de espelho em “se mentir, também minto”, sugerindo vínculos performáticos e utilitários. O refrão martela o recado: quem fala demais “quer mídia”. Akashi Cruz reforça foco e hierarquia em “nunca vai somar… se tu tomar conta da vida dos outros”, ostenta referências de luxo e desejo como credenciais e tensiona o clima com imagens de confronto — “não brigo no murro, só uso torreta” e “tela preta” —, bravata típica do rap usada como metáfora de superioridade. Juntos, em parceria que já rendeu “Vilão” e “China in Box”, eles retratam uma cena onde fama e validação são moeda, respondendo com charme, ironia e corte.