O Andarilho do Capuz Pontudo
Limão Rosa
Sou perdido e suplico espaço
Sou mendigo e predigo os carros
Que se empurram cidade abaixo
Me sufocam do esgoto ao alto
Me torturam pois é sagrado
Na avenida
Na esquina eu pedi a média
No trocado eu medi a rédea
Que sufoca e me endereça
Por São Paulo eu queria a Pérsia
E o Sol bate na minha testa
Ave Mitra!
Desço a escada, a garoa é branda
Chuva cinza, negra garganta
Jovem bela que não se encanta
Com um velho que se alevanta
E a cidade é orvalho em planta
Anahita!
Tropecei num pastor que cobra
Dei de ombros, passei na obra
Vi dois homens partir sua boia
E o pastor lhes sorriu de volta
Fez escambo até com nóia
Amanita!
Nego deuses, aponto escravos
Neste templo eu só vi soldados
Cruzo a rua, agradeço o trago
E me encolho agarrando os trapos
Tenho fé nessa noite eu parto
Ghata, ou Gita?



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